O QUE FAZEMOS
O projeto está estruturado em cinco linhas de ação que se interconectam:
Algumas atividades são de caráter contínuo, mas cada ano realizamos uma reunião de avaliação e planejamento a partir da qual são propostas atividades a serem desenvolvidas dentro de cada linha de ação. O público alvo de nossas ações são escolas (educadores e estudantes), comunidades rurais e pessoas vinculadas ao campo (proprietários de terras, trabalhadores rurais e extensionistas). Buscamos por meio de nossas ações interagir com diferentes grupos da sociedade, encarando-os como co-construtores de nossos saberes e fazeres.
NA ESCOLA
Exposição fotográfica, Oficina de fotografias e Feira cultural
No início de 2018 iniciamos nossa parceria com o Colégio Municipal Cândido Romero Pessoa (CMCRP) utilizando a fotografia como uma ferramenta para trabalhar a sensibilização ambiental. Fotos de organismos e ecossistemas registrados por estudantes de pós-graduação da UESC foram utilizadas para a montagem de uma exposição, mas toda a organização e curadoria foi dos alunos do CMCRP. Aproveitamos os momentos em que estávamos na escola para ensinar e aprender sobre a nossa fauna e flora e sobre nossa região. Neste mesmo ano organizamos uma oficina de fotografias para os alunos do CMCRP tendo estudantes de pós-graduação da UESC como professores. Juntos, pensamos em mensagens que poderiam ser passadas pelas fotos e nos abrimos para novos olhares sobre o ambiente vivido. A oficina culminou com a organização de uma Feira Cultural na qual, além da exposição das fotos, foram apresentadas poesias, música, dança, capoeira e uma manifestação cultural lindíssima por membros da comunidade: o bumba meu boi!
Semana de popularização das ciência
Outubro - 2019
A ideia de organizar uma Semana se Popularização da Ciência nasceu da oportunidade de participar do edital de mesmo nome apoiado pela FAPESB. Já em 2019 realizamos um ciclo de oficinas e vivências de campo com estudantes do CMCRP. Em cada dia de oficina o conceito de serviços ecossistêmicos e um tema ligado a ele foi trabalhado por meio de uma aula dialogada seguida de uma dinâmica. No último dia da Semana, alguns representantes de cada turma participaram de uma vivência de campo, no qual puderam conhecer um pouco sobre métodos de coleta de dados sobre fauna, flora e água.
Outubro 2020 (Webnário)
Durante a pandemia as atividades presenciais foram suspensas e nossa interação com o CMCRP continuou de forma remota. Em três dias de atividade online, exibimos palestras de conteúdo teórico e com sugestões de práticas para serem desenvolvidas por educadores interessados no processo de ensino-aprendizagem sobre os benefícios da natureza, com enfoque na interação animal-planta que resulta na dispersão de sementes.
Outubro 2022
Continuando na temática dos serviços ecossistêmicos, abordamos diferentes temas para cada ano escolar: Dispersão de sementes (6º e 7º ano), Estoque de Carbono (8º ano) e Produção e qualidade de água (9º ano). Todos os estudantes do CMCRP participaram de oficinas com a finalidade de tratar do papel da fauna para manter a floresta e do papel das florestas para manutenção dos ciclos do carbono e da água. Em uma vivência de campo, demonstramos metodologias para estudar a fauna e flora, e gerar estimativas de estoque de carbono e qualidade de água. Uma semana depois retornamos para auxiliar na organização de uma feira de ciências. Neste dia, cada turma repassou para os colegas os aprendizados da semana anterior.
Junho 2023
Em 2023 a III Semana de Popularização da Ciência aconteceu na semana em que comemoramos o dia do Meio Ambiente. Mantivemos o mesmo formato de oficinas e vivência de campo utilizado no ano anterior, tendo uma feira de ciências como encerramento. Além do tema dispersão de sementes, abordamos também os processos de polinização e predação, enfatizando a importância deles tanto para a manutenção de ecossistemas naturais quanto para a produção agrícola. A relação entre floresta e água foi o quarto tema abordado.
Junho 2024
Em 2024, ampliamos nossa ação de Popularização da Ciência para abranger os três colégios municipais do ensino fundamental II do município de Una. Neste ano contamos com o apoio da Secretaria Municipal de Educação e financiamento do CNPq. Seguimos discutindo e difundindo os benefícios da natureza como nas edições anteriores, e inserimos oficinas sobre mudanças climáticas, sustentabilidade e permacultura, além de rodas de conversa sobre relações étnico-raciais. Como produto da IV Semana de Popularização da Ciência, organizamos junto com as escolas a Feira de ciências e Meio Ambiente do Município de Uma, com apresentações de trabalhos das três escolas e premiação de trabalhos de destaque.
Visitas ao LEAC
Em 2022 iniciamos uma nova atividade, recebendo estudantes do ensino básico no Laboratório de Ecologia Aplicada à Conservação da Universidade Estadual de Santa Cruz (LEAC-UESC). Durante as visitas, apresentamos informações sobre os tipos de pesquisas desenvolvidas no LEAC e métodos/equipamentos utilizados nos estudos. Para melhor ilustrar as pesquisas, construímos duas atividades: “Semeadores da floresta”, onde tratamos da dispersão de sementes, e “Universo preguiça: na trilha de uma espécie ameaçada”, onde apresentamos a preguiça-de-coleira e algumas estratégias para a conservação da espécie. Entre gosto de 2022 e junho de 2023 recebemos 13 turmas de 11 escolas diferentes, e um total de 564 estudantes. Veja mais detalhes no relatório 2022.
Jogos e vídeos didáticos
Acreditamos na importância de materiais didáticos que retratem contextos regionais, aproximando o público envolvido no processo de ensino-aprendizagem das realidades locais. A construção dos jogos e vídeos vem sendo lideradas por professores e alunos da UESC. Dois jogos produzidos até o momento entraram em prática no Colégio Cândido Romero, e estão disponíveis em formato print and play para qualquer educador(a) e jogador(a) interessado(a). Adicionalmente, produzimos uma série de quatro vídeos, denominada “Os Benefícios da Natureza”, na qual tratamos dos serviços ecossistêmicos. São abordados os temas: dispersão de sementes, controle de pragas, estoque de carbono e água. Os vídeos e são um desdobramento das oficinas que abordaram esse tema na Semana de Popularização da Ciência de outubro de 2019.
Produção coletiva de jornal
Desde o início de 2021 estamos trabalhando em parceria com o projeto BioBrasil e o Colégio Municipal Cândido Romero Pessoa na produção do jornal “Saberes de Una”. Trata-se de um espaço para divulgação da história regional e de questões socioambientais atuais, com edições trimestrais. Sua divulgação acontece em formato digital e por meio de exemplares impressos, entregues para a comunidade de Colônia de Una.
NA COMUNIDADE
Apoio ao espaço BioBrasil
Em 2018 apoiamos o espaço BioBrasil por meio de duas ações: cinema comunitário e doação de livros. As exibições de filmes tiveram o objetivo de promover uma atividade de lazer para a comunidade de Colônia de Una, mas também gerar reflexos. Após as exibições, a plateia era convidada a conversar sobre o filme, expondo suas impressões e sentimentos despertados. Um total de 50 livros foram arrecadados e doados para o espaço BioBrasil. Este material é utilizado em atividades de educação ambiental realizadas com crianças, mas é também disponível para empréstimo para membros da comunidade de Colônia de Una.
Trilha interpretativa
Em 2018, auxiliamos o projeto BioBrasil a implementar uma trilha interpretativa na sua base de campo, em Colônia de Una. A Trilha da Gameleira é utilizada principalmente para aulas de campo articuladas com escolas públicas do município de Una, mas é aberta para visitação por meio de agendamento com a equipe do projeto BioBrasil.
Em 2022, após dois anos de pandemia, retomamos nossas atividades nas trilhas interpretativas. Nossa primeira ação foi o auxílio na restruturação da Trilha da Gameleira. Em conjunto equipe BioBrasil, reformulamos o roteiro, instalando placas informativas com a identificação de espécies arbóreas e construímos um novo mapa. Além disso, dois estagiários do projeto Aliança dos Saberes foram capacitados para atuar como monitores e,junto com a equipe do projeto BioBrasil, construímos atividades complementares à trilha para serem trabalhadas em sala de aula pelos professores que levarem suas turmas para a Trilha da Gameleira.
Ainda em 2022 iniciamos uma parceria com a Aldeia Taba Jairy, em Olivença. Auxiliamos as lideranças indígenas elaborando um mapa da trilha pré-existente, acompanhado de roteiro escrito no qual são destacados os principais pontos da trilha. Adicionalmente, instalamos duas armadilhas fotográficas na trilha para registro de mamíferos e realizamos uma atividade com as crianças da escola indígena para falar sobre estes animais.
Arrecadação de livros para Espaço BioBrasil
Nesta atividade realizada em 2018 conseguimos arrecadar aproximadamente 50 livros para o espaço BioBrasil. Este material é utilizado em atividades realizadas com crianças, mas é também disponível para empréstimo para membros da comunidade de Colônia de Una.
Feiras e eventos abertos ao público
Desde 2023 adotamos uma nova estratégia de sensibilização ambiental e comunicação de pesquisas, ao apresentar nossas atividades em espaços abertos ao público. Já participamos de duas edições da Feira de Extensão da UESC (2023 e 2024) e também estivemos presentes no evento de abertura da temporada das baleias jubartes que aconteceu no Hotel Jardim Atlântico em junho de 2024.
NO CAMPO
Devolutiva de resultados de pesquisas
Acreditamos que é nosso dever enquanto cientistas que atuam em campo proporcionar uma devolutiva para a comunidade local sobre nossas atividades. Especialmente pensando nos proprietários e trabalhadores rurais das fazendas onde realizamos coleta de dados, mas também na comunidade dessas regiões, produzimos em 2020 um relatório de atividades do projeto Eco-nomia das Cabrucas. Trata-se de um projeto de pesquisa que abrange vários sub-projetos desenvolvidos por alunos de graduação e pós-graduação e tem por objetivo entender as relações entre conservação de biodiversidade, serviços ecossistêmicos e produtividade na lavoura cacaueira, com especial atenção para as agroflorestas de cacau, regionalmente conhecidas como cabrucas. Em 2024 organizamos maquetes de uma floresta e de plantios de cacau em monocultivo e em sistemas agroflorestais, bem como moldes de paisagens onde estes sistemas estão inseridos. Tais materiais foram utilizados em visitas aos proprietários e comunidades rurais para facilitar a comunicação dos objetivos e resultados das pesquisas.
Formação de extensionistas rurais e ambientais
Por meio da parceria com o projeto BioBrasil, fomos convidados a participar como co-organizadores de um curso de formação destinados a extensionistas rurais e ambientais. Esta ação é liderada pela Iniciativa de conservação do Mico-leão Baiano e tem como parceiros a Universidade Estadual de Santa Cruz, por meio de nosso projeto, a Universidade Federal do Recôncavo Baiano e a BAHIATER.